quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Poeta da anti-hipocrisia


Para Jônatas Costa


Címbalos soam no salão. O dia

Foge, e ao compasso de arrabis serenos

A valsa rompe, em compassados trenos

Sobre os veludos da tapeçaria.


Estatuetas de mármore de Lemnos

Estão dispostas numa simetria

Inconfundível, recordando a estria

Dos corpos de Afrodite e Vênus.


Fulgem por entre mil cristais vermelhos

O alvo cristal dos nítidos espelhos

E a seda verde dos arbustos glabros.


E em meio às refrações verdes e hialinas,

Vibra, batendo em todas as retinas,

A incandescência irial dos candelabros.

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